terça-feira, 1 de julho de 2008

Glória Sólida

Invisível, impalpável e inalcançável é a glória. O artista não a vê, pega ou alcança; essa alta missão cabe aos leitores, que não a podem sinalizar já, nem talvez este ano, nem daqui a quarenta, sessenta anos, com ele ainda em vida.

Seu talento não o vê o vate, apenas o pressente. Aos interessados em seus trabalhos compete essa 'glória': descobri-lo, convencer-se e convencê-lo do seu valor.

Sacrifiquem-se em poemas mais maduros, dolorosos, amargos, refletidos em vocês e espelhados no silêncio das sombras. Interiorizem-se mais! É sempe pouco, poetas!

Deixem o sofrimento, a angústia, a mais inconcebível solidão assentar no fundo de suas almas, e então sim escrevam.

Deixem os amores acontecerem e desacontecerem. Aceitem a brisa, sabendo-a futuro vento e enfim vendaval. Aí sim escrevam. E reescrevam, que as palavras são inúmeras e generosas. Elas mesmas lhes mostrarão o caminho da glória --- glória que só virá com as mais importantes distâncias, as mais cruzadas ausências.

Gostaria que estas palavras valessem para os melhores poemas de cada um, vez que não poderei lê-los por questão de tempo. Felicidades!


Obs.: Alertem-me por favor sobre qualquer tipo de erro. E obrigado por me lerem!

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