domingo, 7 de fevereiro de 2010

Beleza Acorrentada

Impossível não lastimar a monotonia dos temas e a torrente de palavras vazias, ou melhor: cheias de nada, de certos poetas, que se repetem incansavelmente. Um amontoado de versos sem sentido, nada mais. E o pior: versos floridos, que até eu faria; de um romantismo tolo, numa lengalenga perpétua. Um vácuo lírico, pleno de apoesia.
Abracem o francês André Gide:

É com belos sentimentos que se faz má literatura!

Pontos altos da boa escritura: a correção gramatical, a maturidade estilística, a fidelidade aos temas, a beleza esculpida a golpes toscos mas certeiros (que invariavelmente acertam-nos também as mãos, o peito, a alma).
Não sejam românticos, pegajosos, pueris demais. Que amem, está certo, aliás certíssimo --- porque em amor passeiam os astros e se resolve o Universo; precisam é sublimar seus sentimentos de forma superior, aceitável em Arte.

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