domingo, 7 de fevereiro de 2010

Origens da Língua Portuguesa

É difícil conhecer a língua dos povos habitantes na Península Ibérica antes dos romanos dela se apossarem.

Os romanos ocuparam-na no séc. III antes de nossa Era. Contudo, ela só é incorporada ao Império no ano 197 antes de Cristo. Tal fato não foi pacífico; houve rebeliões contra o jugo romano.

O Latim, língua dos conquistadores, foi paulatinamente suplantando a dos povos pré-latinos, como testifica o historiador Estrabão:

Os turdetanos, e mormente os ribeirinhos do Bétis, adotaram todos os costumes romanos, e até já nem se lembram da própria língua.

O latim implantado na Península Ibérica não era o adotado por Cícero e outros escritores da época áurea
(Latim Clássico), mas sim o denominado Latim Vulgar, de vocabulário reduzido, falado por aqueles que encaravam a vida pelo lado prático, sem as preocupações estilísticas do bem falar e escrever.

O Latim Clássico foi conhecido também na Península Ibérica, principalmente nas escolas. Atestam tal verdade os naturais da Península: Quintiliano e Sêneca.

O latim, língua corrente de Roma, predestinada pela sorte e valor de suas bases, conquista, através de seus soldados, regiões imensas.

Com as conquistas, ele vai sendo levado a todos os rincões pelos legionários, os colonos é os homens de negócios. Tantas viagens favoreciam sua difusão.

Primeiramente, o latim se expande por toda a Itália, depois pela Córsega e Sardenha, pelas províncias do oeste do domínio colonial --- a Gália, a Espanha, a Récia, a Dácia...

O latim se difundiu, acarretando falares diversos, de conformidade com as regiões e povoados, surgindo daí as línguas românticas ou novilatinas. Românticas porque tiveram a mesma origem: o latim vulgar, do qual uma continuação.

Ei-las: português, espanhol, catalão, provençal, francês, italiano, rético, sardo e romeno.

No lado ocidental da Península Ibérica, o latim sentiu certas influencias e apresenta características especiais que o distinguiam do modus loquendi de outras regiões onde se formavam e se desenvolviam as línguas românticas. Nesta região, fixaram-se os suevos, povos bárbaros de origem germânica, que invadiram a península.

Sucederam-se nas invasões os vândalos, os suevos e os visigodos. Esses povos eram atrasados de cultura. Admitiram os costumes dos vencidos juntamente com a língua regional.

É normal entender que a influência desses povos foi grande sobre o latim que aí se falava, a essa altura bastante modificado.

No século V, outras hordas de bárbaros penetraram
na região ibérica, destruindo por completo a organização política e administrativa dos romanos.

Entretanto é interessante notar que o domínio político não corresponde ao domínio cultural: os bárbaros sofreram, por conseguinte, um processo de romanização.

Neste período formou-se uma sociedade distinta em três níveis: clero, os ricos e políticos poderosos; a nobreza, proprietários e militares; e o povo.

No século VII essa situação sofre profundas mudanças devido à invasão muçulmana, estendendo-se assim o domínio árabe variando de regiões, e tinha sua maior concentração na região sul da Península, e o norte não conquistado servia de refúgio aos cristãos e lá organizaram a luta de Reconquista.

No que a Reconquista progredia a estrutura de poder e a organização territorial vão ganhando novos contornos: os reinos do norte da Península (Leão, Castela, Aragão) estendem suas fronteiras para o sul, e o reino de Leão passa a pertencer ao Condado Portucalense.

No fim do século XI, o norte da Península era governado por o rei Afonso VI, pretendendo expulsar todos os muçulmanos, vieram cavaleiros de todas as partes para lutar contra os mouros, dentre os quais dois nobres de Borgonha: Raimundo e seu primo Henrique.

Afonso VI tinha duas filhas: Urraca e Teresa. O rei promoveu o casamento de Urraca e Raimundo e lhe deu como dote o governo de Galiza; pouco depois casou Teresa com Henrique e lhe deu o governo do Condado Portucalense.

D. Henrique continua a luta contra os mouros, anexando novos territórios ao seu condado, que vai ganhando os contornos do que hoje é Portugal.

Em 1128, Afonso Henriques, filho de Henrique e Teresa, proclamou a independência do Condado Portucalense, entrando em luta com as forças do reino de Leão.

Quando em 1185 morre Afonso Henriques, os muçulmanos dominavam somente o sul de Portugal.

Sucede a Afonso Henriques o rei D. Sancho, que continuava a lutar contra os mouros até sua expulsão total. Dessa forma, consolida-se a primeira dinastia portuguesa: a Dinastia de Borgonha.

A formação de Portugal ocorreu num período de grande transição, em que se percebe que o sistema feudal em crise e, em contrapartida, o crescimento de em áreas urbanas. Então este período se resume ao período de transição do feudalismo para as atividades econômicas, como os mercadores e os negociantes de dinheiro.



Evolução da Língua Portuguesa
A formação e a própria evolução da língua portuguesa contam com um elemento decisivo: o domínio romano, sem desprezar por completo a influência das diversas línguas faladas na região antes do domínio romano sobre o latim vulgar, o latim passou por diversificações, dando origem a dialetos que se denominava romanço (do latim romanice, que significava falar à maneira dos romanos).

Com as invasões bárbaras no século V, e a queda do Império Romano no Ocidente, surgiram diversos dialetos, que, evoluindo, constituíram as línguas modernas conhecidas como neolatinas.

Na Península Ibérica, várias línguas se formaram, entre elas o catalão, o castelhano, o galego-português; deste último resultou a língua portuguesa.

O galego-português era uma língua limitada aos territórios da Galiza e de Portugal, entre os séculos XII e XIV, coincidindo com o período da Reconquista.

O galego surgiu durante os séculos XII a XV, aparecendo tanto em documentos oficiais da região de Galiza como em obras poéticas. A partir do século XVI, com o domínio de Castela, introduz-se o castelhano como língua oficial, e o galego tem sua importância relegada a plano secundário.

Já o português, desde a consolidação da autonomia política e, mais tarde, com a dilatação do império luso, consagra-se como língua oficial. Da evolução da língua portuguesa destacam-se algumas fases, abaixo delineadas.



Fases Históricas do Português
Fase proto-histórica
Anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade do latim usado apenas em documentos e por isso também chamado de latim tabaliônico ou dos tabeliões).

Fase do português arcaico
Do século XII ao século XVI, corresponde dois períodos: do século XII ao século XIV, com textos em galego-português; do século XIV ao século XVI, com a separação do galego e o português.

Fase do português moderno
A partir do século XVI, quando a língua portuguesa se uniformiza e adquire as características do português atual. A rica literatura renascente portuguesa, produzida por Camões, teve papel fundamental nesse processo. As primeiras gramáticas e dicionários da língua também surgiram do século XVI.



Geografia da Língua Portuguesa
O atual quadro das regiões de língua portuguesa se deve às expansões territorial lusitanas ocorridas nos séculos XV e XVI. Assim, a língua portuguesa entrou em tdos os continentes:
América (Brasil)

África (Guiné-Bissau, abo Verde, ngola, Mçambique
e São Tomé e Príncipe)

Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu)

Oceania (Timor).

Isto além das ilhas Açores e Madeira, que fazem parte do Estado português.

Em alguns desses países, o português é a língua oficial, naturalmente incorporando vocábulos nativos contendo modificações de pronúncia; mantém, todavia, uma unidade com o português de Portugal.

Em outros locais, surgiram dialetos originários do português. E há também regiões em que essa língua é falada apenas por uma pequena parte da população, como em Hong-Kong e Sri Lanka.




Fontes de consulta:
NICOLA, José de. Língua, Literatura e Redação. 6ª ed., Editora Scipione, SP, 1994.

TERSARIOL, Alpheu. Biblioteca da língua portuguesa, 14ª ed., Editorial Irradiação S.A. SP, 1970.

Apontamentos antigos meus.



Importante:
Este artigo não é do Jô, que apenas o recolheu de inúmeras e diferentes fontes, corrigindo mais de oitenta erros e falhas de revisão --- erros e falhas compreensíveis devido à sua grande circulação na Internet.

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