domingo, 7 de fevereiro de 2010

Juventude, Eterno Tesouro!

Perguntas levam a perguntas. Dúvidas, a dúvidas. Deus, a mais Deus. Boas, suas abordagens. Envolventes, suas angústias. Catárticos, esses seus textos.
Suas falhas: textos longos e mal escritos (em algumas partes); e, mesmo nas partes bem escritas, percebem-se óbvios espaços para melhorias. Idéias sérias e temas adequados vocês já têm.
Vocês levam a Poesia a sério, realmente. Erros gramaticais, têm. Temas pouco e mal desenvolvidos, têm. Ingenuidades líricas, sim.
Seus textos são ingênuos, simples, primaveris, contidos, mas não pueris. Que bom! Diferem de certos poemas, belos apenas para quem gosta de cantigas simples sobre simples amores.
Sou dos que preferem sons mais raros, melodias entornadas na alma. Por isso os releio sempre com especial carinho. Todavia sua inspiração existe de fato e nos atinge, nos toca como um carinho perdido. Parabéns!
Li, li seus lastimáveis versos. Alegrem-se! Camões, Cecília, Drummond também têm péssimos escritos, talvez de impossível conserto. Única diferença: a quantidade de versos excepcionais, muito superior à dos pobres.
Precisam vocês, deveras, revisar mais o que escrevem. Descobrir os lugares-comuns. Corrigir os solecismos. Deletar as palavras-espumas, que imenso é o seu Oceano de desnecessários cais.
Tornem-se garis dos versos, que chegarão a ricos empresários das letras.
O sentimento: ternura. O gesto: aplauso. A atitude: respeito. A emoção: quase uma lágrima. A conclusão: singeleza.
Adolescentes: certas coisas perfeitas, encantadas, extre-mamente suaves ocorrem por acaso, sim; porém não com a fre-qüência sonhada. Permaneçam na Vida! Carpe diem!


Nota:
O título deste artigo pertence a um filme do cineasta sueco Ingmar Bergman, autor de extensa filmografia, como:
Juventude, Eterno Tesouro (1950),
O Sétimo Selo (1957),
Morangos Silvestres (1958),
A Fonte da Donzela (1959),
Persona --- Quando Duas Mulheres Pecam (1966),
Gritos e Sussurros (1970),
Cenas de um Casamento (1973),
O Ovo da Serpente (1977) e
Fanny e Alexandre (1982).
IB faleceu em 30.07.2007, aos 89 anos.

Comentando-o, o jornalista Rodrigo Fonseca escreveu:

"O Cineasta da Alma"
"Finitude, Deus, a agonia diante da existência, a solidão, a fragilidade das convenções sociais, a incomunicabilidade e as incongruências da vida a dois eram reflexões recorrentes nos mais de 50 filmes que Bergman assinou, para o cinema e para a televisão." (O Globo, 31/07/07)

Manifestou-se em semelhantes termos o jornalista cultural Arthur Dapieve, referindo-se também ao falecimento, no mesmo dia, de outro grande, Michelangelo Antonioni:

"Adeus ao Cinema"
"É uma injustiça poética, embora seja uma inevitabilidade biológica, e por isso acho que não devemos prantear vidas longas e produtivas como as deles, que partem quando mais precisamos de quem nos ensine a olhar. Porque estamos cegos no meio do matagal de imagens de TV aberta, TV por assinatura, DVD, vídeogame, celular, iPod, YouTube..." ( O Globo, 03/08/07)


Alertem-me por favor sobre qualquer tipo de erro. E obrigado por me lerem!

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