domingo, 7 de fevereiro de 2010

A queda de um Império

Seria eu sim inflexível, “implacável”, como dizes, se vislumbrasse valores maiores na tua literatura.

Teu presente falou mais alto que o futuro. Aceito o silêncio. Ler-te-ei com o mesmo encantamento que merecem todos os escritores visitados.

Não se apresentam maus os teus textos; apenas poéticos demais, melífluos além da conta. Falta neles algo, eu diria; mas, na verdade, sobra algo. Talvez palavras. Deverias amadurecer a matéria lírica em teu coração e tua mente, antes de enunciá-la de um jato, como fazes.

Assim, teus poemas não convencem como arte, como vôo lírico na plenitude do nosso azul. São rudes, toscos, mal acabados, quase sem ritmo, altamente mecânicos, formalmente mal construídos --- um semifracasso.

Versos que se alicerçam em tijolos que mal foram ao forno, e pré-cozidos estão; em poucos anos tua mansão de palavras desmoronará, ruirá, sucumbirá: não suportará, a pobrezinha, as vozes e olhares dos tempos vindouros, moldada que foi numa simples, única e inicial escritura.

Seguindo a linha do
"Parabéns, seja bem-vindo, continue!"
dos nobres comentaristas, só não repito o
"Belos textos!",
pela simples razão de que não são (ainda) belos.

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