domingo, 7 de fevereiro de 2010

Da Crítica como Missão

O crítico literário, esse cavalo sensível, atravessa a brisa em flor dos campos e alcança, relinchando, a alvorada do texto. Só então levanta voo rumo ao pluricastelo dos signos imortais.

Ele sabe que tais signos o vencerão sempre, sempre, em combates de honra, irrecusáveis.

E sol após sol, novamente vivo e restaurado, ei-lo esmagando o pasto metafórico, combatendo verbos e gestos, ais e emoções, exaltando somente graças líricas e prosas felizes, em nome da Voz.

Ao longe o alto palácio o espera, cordial, majestoso, onde ele repousará sob um cobertor de silêncios consentidos, implícitos.

Tentam alguns execrá-lo, exorcizá-lo, expurgá-lo, apedrejá-lo e expulsá-lo de cidadelas, fortalezas, feudos e reinos; às vezes, no entanto, ganha batalhas e aplausos sinceríssimos...

E prossegue em marcha, tropa em armas. Mas para onde e para quê, afinal? Valerá de fato a(s) pena(s)?!

...Telvez valha, posto que ele vê na crítica um fado, não um fardo. E cumpre-o com fé e felicidade.

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