Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio, que suga o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando vibra.
Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!
Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!
Henrique M. Coelho Neto, romancista do final do século XIX ao início do XX. De sua obra imensa, hoje tão esquecida, este soneto, murmurado filho a filho, eterniza o escritor.
Poema gentilmente me enviado por Kathleen Lessa, em 05/05/2009.
2 comentários:
É um poema muito bonito, filho de sua época,não,que o amor de mãe seja diferente dos dias atuais, mas, a abordagem, sem com isso perder-se a essência, foi que mudou, o papel da mulher na sociedade mudou e muito, na medida em que ela,a mulher, é mais participativa, mais presente e atuante no contexto familiar. Não mais se conformando "em Sofrer no Praiso", indo à luta como mãe e amiga de seus filhos. Sabendo dizer sim e não na hora certa. Mas, tudo isso não ensombreia a beleza da entrega e do desapego refletidos no poema de Coelho Neto, o qual na década de 50 e 60 era o poema mais conhecido alusivo às mães !
Amor de mãe ñ é só nome de novela... Mãe só se tem uma. Que, dia a dia , escreve um capítulo da arte de ser mãe!
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