domingo, 7 de fevereiro de 2010

Homero ou da Onipresença Poética

Enfoca este artigo sua obra, ressaltando ponto de vista da sua excepcional riqueza literária, lançando uma ponte intertextual entre a Antiguidade Clássica e a Idade Moderna, onde se nota a hiperpresença de Homero, seja em poemas de cunho lírico ou épico, seja em romances, como o "Ulysses", de James Joyce (século XX).

Podemos estender também, entre sua exuberante obra e as literaturas atuais, um grande tapete intertextual. E enfatizar nesse processo os traços de oralidade, o ritmo da contação de histórias, as técnicas narrativas, os discursos estéticos clássico e hodierno...
As referências (pontos de ligação) da Antiguidade Clássica com o nosso tempo, literariamente falando, são delineadas por aqueles proto-personagens e os da modernidade.

Identificamos semelhanças e diferenças entre heróis e mitos antigos e personagens emblemáticos hodiernos, conectando aqueles tempos literários primitivos e a modernidade, numa afirmação de que a Literatura, como as Artes e as Ciências, segue uma sequência eterna, regular, lógica.


Índice Temático:
I – Primeira Parte
II – Segunda Parte
III – Terceira Parte
IV – Quarta Parte
V --Quem foi Homero?

A Odisséia narra as aventuras de Ulisses, durante dez anos de ausência do lar. Compõe-se de quatro partes:


I – Primeira Parte
É quando ocorre a Assembléia dos Deuses. Ulisses partira. Muitos eram os pretendentes da mão de sua esposa Penélope. Atena estimula Telêmaco a proteger sua mãe contra esses pretendentes.

Entretanto, os dias passavam e uma angústia, o desespero apodera-se de Telêmaco. Decide sair à procura de seu pai, percorrendo Pilo e após a Lacedônia, porém sem êxito.
Enquanto isso os pretendentes, em sua casa, lançam mão de emboscadas pérfidas.


II – Segunda Parte
Nessa parte, os deuses se reúnem de novo em assembléia. Após atender a solicitação de Palas Atena, Zeus dá o encargo a Hermes que ordene a Calipso permitir que Ulisses parta, após sete anos de retenção.
Ulisses constrói uma jangada modesta, mas resistente. E nela navega, quando é colhido por uma gigantesca tempestade. Perdido o rumo, é lançado violentamente na Ilha dos Feaces, onde adormece de cansaço.

Nausícaa, a filha do Rei Alcínoo, é quem o encontra e dele cuida, acolhendo-o em seu palácio.

Ulisses dá prova de sua forte compleição atlética quando participa no jogo da projeção do disco, promovido em honra de Nausícaa, saindo vitorioso da disputa.

Sua volta à pátria estava prestes a concretizar-se.


III – Terceira Parte
Trata do relato de Ulisses sobre as suas aventuras. Sua partida de Tróia, o país dos Ciclopes, o episódio do ciclope Polifemo, a inteligente fuga, com seus companheiros, daquele perigoso lugar...

Na Ilha de Eolo os ventos se encontram presos nos odres, que, após abertos por seus companheiros, desencadeiam uma violenta tempestade.

Na ilha da feiticeira Circe, são transformados em porcos, à exceção de Ulisses, por quem ela se apaixona. E só depois de muita persuasão e da intervenção direta dos deuses é que Ulisses consegue convencê-la a quebrar o encanto, fazendo seus companheiros voltarem à forma humana.

Enfim libertos, seguem viagem, "escoltados" pelas gulosas pelas sereias.

Após outras peripécias, conseguem finalmente alcançar a Ilha de Calipso, a Bela das Belas, que também os retém por um bom tempo, fascinada por Ulisses.


IV – Quarta Parte
Ocorre aí o retorno de Ulisses a Ítaca. Disfarça-se de mendigo, porém é reconhecido pelo seu filho Telêmaco, na casa de Eumeu, "o divino porqueiro".

Chegando ao palácio, menosprezam-no, e ele sofre os maiores escárnios e ultrajes dos que pretendiam a mão de Penélope.

Nem sua sua esposa o reconhece, pois Palas Atena o disfarçara de mendigo. Somente Euricléia, sua ama, consegue reconhecê-lo por uma cicatriz, ao banhar-lhe os pés.

Prepara-se nesta ocasião um grande banquete, com reais jogos de guerra, para disputar Penélope, que prometera desposar aquele que fosse capaz de conseguir entesar o arco de Ulisses e após arremessar uma flecha que atravessasse doze machados.

Tentaram, porém em vão, apesar da grande força que faziam. Só Ulisses o consegue. Causa pânico nos pretendentes quando abandona os andrajos, sendo então reconhecido. Após longa hesitação, até Penélope se convence de que se trata realmente de Ulisses, o seu verdadeiro esposo.

Ajudado por Telêmaco, Ulisses massacra os convidados indesejáveis, cujas almas perversas são conduzidas por Hermes às profundezas do Hades, onde jazerão para sempre, em tormentos eternos.


V - Quem foi Homero?
Poeta épico grego, a quem a tradição atribui a autoria da Ilíada e da Odisséia. Viveu, segundo o historiador Heródoto, no séc. IX a.C., e seria de origem jônica. Dizem as lendas que era cego, e percorria o mundo mediterrâneo recitando seus poemas.

Alguns estudiosos simplesmente ignoram sua existência; outros alegam que teria sido apenas um compilador de poesias populares anônimas; a maioria, entretanto, festeja-o como um dos maiores gênios literários da Humanidade.

Ganhando finalmente a forma escrita no final do século VI a.C., seus poemas desfrutaram de imensa popularidade na Antiguidade; serviram de base para o ensino; foram tomados como padrão ético e estético e constituíram um inesgotável e fecundo modelo para todos os poetas épicos gregos ou latinos.

Quase toda a poesia épica ocidental está, de alguma forma, baseada na Ilíada ou na Odisséia: a Eneida, de Virgílio; Os Lusíadas, de Camões; a Divina Comédia, de Dante, e outras.

Desde o século XVI, as epopeias desse grego admirável ocupam um lugar culminante na cultura literária clássica européia e na literatura moderna mundial.


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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Pós-Graduação em Literatura Infantil e Juvenil
Módulo: A Língua e a Literatura Gregas
Responsável: Professor Doutor Auto Lyra



Bibliografia:
Odisséia, de Homero. 93p. Editora Cultrix, RJ, 2000.

A Antiguidade e a Literatura Infantil, de Auto Lyra Teixeira.

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